sábado, 26 de novembro de 2011
Canção de dia
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Liberdade
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Lembrança
sábado, 21 de maio de 2011
Protegendo o coração...
sábado, 14 de maio de 2011
Nua, outra vez
Não levei mochila pra não levar saudade; nem lembrança e nem critérios de verdade. Fui nua e crua, sem teto e nem lua. Visitei algumas casas, provei cheiros e sabores; experimentei amores novos e novos tipos de amores. Descobri que nem sempre amar é se envolver, e que se envolver na maioria das vezes não é amar: é suportar, porque conviver é difícil. Atravessei uma ponte importante no meio do caminho, importante mesmo, que me fez enxergar quem estaria disposto a enfrentar o dragão pra ir me visitar lá do outro lado. Foi triste: eu ainda tenho alguns adeuses que não pude dar, assim como ainda gosto de quem não quer me gostar. Mas a porta se fecha e você tem que ir. E ponto. Tem outra aberta te esperando e você nem sabe.
Virei razão de morrer; virei assunto mais importante que novela. Despertei sentimentos, abraços e sorrisos, eu sou boa nisso. Mas também uma vez despertaram em mim um buraco que até tem fim, mas que tá muito longe de alcançar. Eis que surgiram as palavras pra maquiar.
Eu poderia ser menos escura, mais clara, sabe? não é tão óbvio quanto parece. Mas é que eu sou meio assim, meio dizendo por dizer, meio me narrando sem saber, meio a meio. Meio amarga, azeda. Meio odiando tanta exposição. Meio amando. Um suspiro pra finalizar, por favor, e deixemos assim.
Eu quero colo.
domingo, 1 de maio de 2011
Crendice
Meu erro foi parar de morrer quando era esquecida. Foi prender a primeira lágrima que deveria ter caído, ela tinha que ter caído. Foi respirar fundo quando uma música remetia algumas lembranças para que o meu coração não exibisse suas sentimentalidades. Meu erro foi trocar infinitos eu te amos por beijos, simpes assim, banal. Foi parar de olhar pelo vidro e esperar te ver em algum lugar, foi parar de te procupar em qualquer esquina. Meu erro foi tirar férias de você, te expulsar, te obrigar a sair. Foi gastar todas as minhas forças te empurrando, já que você não queria ir. Tanto esforço na crendice idiota de que tudo ficaria bem quando o meu mundo parasse de girar em torno da sua vida.
Não melhorou nada, não aliviou nada. Não adiantou nada e olha que eu nem lembro mais o seu sorriso.
Eu só ganhei mais um banho de insensibilidade.
segunda-feira, 25 de abril de 2011
A última história de amor
Costumavam imaginar o futuro. Um filho, dois? Menina, menino? Thiago. Brenda. Maria Eduarda! Não, não. Um deles não gostava de nomes compostos.
Sonhavam juntos e, na maioria das vezes, acordados. Calados. O olhar dizia tudo e eles entendiam, assim, sem tradução. Conectados.
O tempo não passou, correu. E Anelise e Theodoro cresceram. Ela mudou de pele; ele de escama. O olhar de Theo não dizia mais coisas bonitas. Na verdade, não dizia nada.
O calorzinho no peito de Anelise já não derretia mais seu coração.
Os assuntos infinitos chegaram ao final. Não havia mais palavras, eles haviam usado todas.
O tempo fechou.
E eles decidiram ir embora antes que pegassem chuva. Antes que derramassem chuva.
sábado, 23 de abril de 2011
Eu te amo, Carolina
Carolina é poesia. É inverno em Londres, verão no Rio de Janeiro. Carolina é intensa, sonha e corre atrás, não é dessas que se perdem no caminho. Carolina tem uma coisa que atrai as pessoas, sei lá, Carolina vive rodeada de bons corações. E ainda assim, Carolina é autossuficiente para ser sua própria melhor amiga. Carolina não dorme mais de seis horas por dia. Tantos dias pra viver... perder tempo dormindo pra quê?!
Carolina gosta de mudar. Isso implica em deixar coisas boas para trás, mas é assim a vida. Gosta de guardar alguns momentos eternos, ainda que se esqueça deles depois. Carolina prefere assim.
Carolina corta o próprio cabelo. Compra pão de meia e chinelo. Cabelereiro, nem lembra o que é. As pessoas falam, é claro. Carolina? Ri.
Carolina não se prende a amores, embora morra quando eles chegam ao fim. Não tem problema, ela ressuscita depois. O coração? Eu garanto: Nem um arranhão.
Em primeiro lugar está Carolina. Em segundo, Carolina. Em terceiro, adivinhe só?
Egocentrismo? Egoísmo? Não, não. Amor próprio.
Carolina me encanta. Carolina me canta. Carolina me encontra.
Carolina é invenção. Carolina é suposição. Carolina é o que está nas entre linhas.
Carolina vive dentro de mim. Ela parte de mim, ela é parte de mim. Esconde-se dentro de mim; explode dentro de mim. Carolina é a melhor comparação de tudo que eu posso ser.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Autocrítica
Pobre princesa, odiava azul!
Pobre princesa! Tão fraca que nem lutou.
Era mais fácil ser quem não era mesmo.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Não é sobre você
Vou dizer que não sinto falta do seu cabelo cheiroso e bagunçado, e que eu já não lembro o seu segundo nome. Vou inventar um amor novo que me sirva de inspiração, e varrer de uma vez por toda qualquer resíduo de lembrança que você esqueceu em mim. Pela primeira vez, vou escrever sem pensar em você. Vou dormir sem lembrar do seu sorriso fácil. E quando sonhar, vou pôr um rosto novo em seu lugar, só para me dar ao luxo de dizer que você não significa mais nada para mim. Porque hoje é primeiro de abril, e eu também quero inventar algumas mentiras para ser feliz.
segunda-feira, 28 de março de 2011
Ele se vestiu de mim
Desprezível é uma definição perfeita para ele, assim como o teatrinho que ele encenou no meu jardim suplicando uma gota do meu tempo precioso. Suplicou também um pouco de lembrança, um pouco de saudade, um espaço pequeno no meu coração. Esse tipo de pessoa que se contenta com pouca coisa...
Ele parecia até comigo há um tempo atrás, quando eu costumava faltar com respeito a mim mesma, e tinha como principal hobby viver das sobras do pouco amor que ele dolorosamente me doava. Quando era eu quem estava sempre à espera de um olhar atencioso, bonito, diferente. Mas ele fazia questão de fingir que eu era a mulher invisível.
É ironicamente cômico que nós tenhamos invertido os papéis agora. Acho que eu o assustei quando empacotei minhas coisas ruins e as joguei no lixo. Quero dizer, minha independência o assustou tanto, mas tanto, que ele correu para tentar me recuperar, mas já era tarde...
Ele acabou se confundindo com o meu resto, e agora se exibe pela cidade com a parte feia que eu era. Ele nem sabe ser bonito, o coração dele é tão feio, é tão feio... E cheio de atitudes desprezíveis.
quarta-feira, 23 de março de 2011
Sapato velho
Sou a sola de um sapato desgastado, desses que a gente usa para proteger o pé da lama, e depois atira num canto qualquer quando o sol nasce outra vez.
Seus pés são farpas que machucam quando você me calça em busca de proteção. E pior, eu protejo.
Protegia.
Sou um porco espinho pronto para atacar. Venha, agora é olho no olho. Me use de novo e veremos quem sairá mais ferido.
domingo, 20 de março de 2011
Gerundiando
Ando fugindo, me esquecendo no banco de trás de um táxi. Me guardando num bolso furado, me trancando num cofre sem cadeado. Ando quebrando espelhos, desfazendo promessas e laços. Ando gritando em silêncio; sonhando um sonho que não é meu. Sentindo a dor que não é minha. Seguindo regras patéticas, ouvindo música de um verso só. Ando tentando errar o caminho. Não ver a sinalização. Ando tentando me perder. Ando falando mal da humanidade. Falando bem. Menos falando de mim. Estou exausta. Exausta de dizer que estou exausta. E de continuar me camuflando nas mentiras que são minhas palavras.
sexta-feira, 18 de março de 2011
Descoberta fascinante
E no fim, todos passam a ser aquilo que lhe é destinado pelo julgamento de terceiros. Faça-me o favor de não vir com alucinações contraditórias ao que muito tempo eu levei para descobrir. Porque sim, nós somos a soma dos rótulos que nos presentearam desde a nossa infância até os dias de hoje. E com isso, quero gritar para o mundo: "Comportamento não corre nas veias não, gente!" Não é como um vírus incurável. No máximo, é uma virose. A gente muda. A gente renova. A gente é, e sempre será um monte de pensamento complexo em constante mutação.
sábado, 12 de março de 2011
É guerra, é guerra...
Para, que eu não quero ouvir
quinta-feira, 10 de março de 2011
Antigas verdades
quarta-feira, 9 de março de 2011
Mais uma vez
Remoer o passado para sentir dor nunca foi a minha especialidade, mas eu confesso que tudo virou de cabeça para baixo desde que você invadiu a minha vida. Eu não sei direito como chego a esta situação deplorável, a ponto de me arriscar nas palavras mais uma vez, na tentativa de te fazer entender sem que eu precise explicar. Mas tenha absoluta certeza que eu sempre chego ao ponto de apreciar minhas fraquezas. E minha fraqueza sempre foi você. Talvez seja culpa minha você nunca ter percebido os meus sentimentos, eu criei tantas máscaras, eu ensaiei tantos sorrisos que não eram meus, que nem um especialista poderia me desvendar. Até hoje, amor, ninguém nunca me desvendou...
Minha memória é traiçoeira, as lembranças que lá habitam muitas vezes viram pó, muitas outras vezes me tiram o chão. E são nessas horas onde todos os meus pensamentos desaparecem, todos os meus sentidos são perdidos, e só restamos nós dois. Na verdade só resto eu com as suas dolorosas lembranças, mas eu prefiro pensar da primeira maneira. É menos solitária.
Nas minhas lembranças você é sempre como um anjo. Nunca tem asas, nunca usa branco, mas está sempre com aquele olhar atento, disposto a aparar meu pranto. E eu sou apaixonada pelos seus olhos. Eu também não sei dizer como você é capaz de fazer isso, mas você sempre acaba me salvando de mim mesma. Você é tão bom que eu sinto vergonha de mim, eu sinto nojo dos meus pensamentos maldosos. Você me confessou tantas coisas, que no mínimo eu deveria ter sido sincera com você. Mas eu não fui... Eu não sou merecedora nem das migalhas do teu amor. Mas você é tão ideal que continua amando minha imundice de defeitos, e eu te odeio por isso. Eu te odeio por aquilo. Eu te odeio por te amar tanto.
Sei que a distância agora é a nossa pior rival, seus olhos foram embora antes que eu pudesse criar coragem, e levaram consigo o brilho que alimentava a minha alma. Isso deve explicar o fato de eu me sentir tão fraca, tão frágil. Eu estou desmontando como um boneco de neve exposto ao sol.
Essa é sempre a pior parte, a despedida. A hora em que eu arranco a folha do caderno e amasso, para atirar a bola cheia de significados no lixo. Mas é necessário me desprender de você. Adeus, amor. Até outro momento de fraqueza.
Mistério da noite
Eram pretos, os olhos. De uma intensidade imaginável. Inigualável.
quinta-feira, 3 de março de 2011
Sentença de um sonho perdido...
Fizemos um pacto, eu e as palavras:
Sinto eu, sintetizam elas
E explicam, complicam, rabiscam, dão nó
Oscilam, dão ré, vê só!
Fizemos um pacto, eu e as rimas:
Sentido dou eu, melodia dão elas
E falam, e cantam em nome de amor
E mexem, e mudam o nosso valor
Fizemos um pacto, eu e os sonhos:
Fecho os olhos eu, mostram-me eles
Segredos, meus medos, vontades, desejo
E brincam, embaralham, o dia eu prevejo.
Fizemos um pacto, eu e o destino:
Traço um eu, encaminha ele
Me leva pra longe, me arranca do abismo
Protege da chuva, feito ombro amigo.
Palavras, destino, os sonhos e as rimas
Mentiram, enganaram, levaram à ruína
O bom coração
da ex-doce menina
Promessas eu sei, são sempre quebradas
No fundo, no fim, não resta mais nada
Além da sentença de um sonho antigo
Crer em palavras é tempo perdido...
terça-feira, 1 de março de 2011
Ontem à noite...
Te vi chorar como uma criança que rala o joelho ao cair da bicicleta. A única diferença é que desta vez não havia nenhum abraço materno para lhe amparar. Muito menos uma mão para te ajudar a ficar de pé. O que me faz lembrar de como a vida pode ser injusta com a gente. "Deus está do seu lado", disseram-lhe. Mas quem disse que você acreditou? Já te mentiram tantas vezes... "Longe de mim querer morrer - escreveu mais tarde, no diário. - Talvez só sumir por algum tempo. Pra tentar esquecer o que não consigo parar de lembrar". Não pude resistir ao convite irresistível.
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Oco...
que incerto é viver.
Vivemos com a descrença da vida pós-morte,
pois morte é morrer.
Vivemos a espera do que nunca chega;
não esperar é descrer...
Vivemos de sonhos inalcançáveis,
buscá-los é vencer.
Vivemos de nossas próprias migalhas
do pão do amanhecer.
Vivemos refazendo novas leis
e a lei proíbe envelhecer.
Morremos sem arriscar tudo
arriscar é coisa de louco!
Morremos sem dizer te amo,
amar é para poucos...
Morremos de coração oco
Coração porco
Coração oco...
domingo, 26 de dezembro de 2010
Palavras que rimam
São quase quatro, eu vejo
da cortina do meu quarto, o medo
de quem chora a morte do desejo
perdido na Chama do Gelo.
e deixou no seu lugar a comoção.
A garota do papel amarelado está triste.
que palavras podem nem sempre te fazer mudar
Algumas servem apenas pra rimar.
A garota do papel amarelado está triste.
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
sábado, 30 de outubro de 2010
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Bela flor do céu - Parte I de II
“Era noite mais escura que tribo já tivera presenciado em toda história de Terra Sagrada. Trovejava tanto, mas tanto, que pensaram estar sendo castigados por Yjara, a mãe da água”
Toda a tribo que ali se reunia em volta da fogueira estava com os olhos fixos em Potyra - índia considerada mãe da Terra Sagrada que viviam – e na história que a mesma contava.
“Mas tribo estava enganada! Não era castigo de Yjara não.” - Potyra sorriu. - “Era presente de Rudá - Deus do Amor”
“Rudá nos presenteou com que Potyra?” – perguntou o jovem Pyatã, com olhos impenetráveis. Mas Potyra prosseguiu como se não estivesse escutado.
“Todos estavam em suas ocas com medo de mãe Yjara, preocupados demais com Terra Sagrada e ninguém olhou pro céu. Estrela cadente caia em Terra Sagrada, era menina Anahí”
“Sou estrela Potyra? Rudá me trouxe até aqui?” – Anahí perguntou tão assustada quanto os outros. Potyra pediu pra que ela ficasse de pé de modo que todos a visualizassem e foi ao lado dela.
“Menina Anahí é enviada de Rudá, sim. Nossa menina tem pele branca feito neve. Cabelo amarelo feito ouro de nossas terras. Olhos azuis feito as águas. Que brilham feito estrela”
Todos olhavam para ela em forma de respeito.
“Menina Anahí foi encontrada ainda bebê em Terra Sagrada depois de chuva forte. Menina nos trouxe o sol de volta.”
“Rudá a enviou por algum motivo. Qual Potyra? – o jovem novamente perguntava.
“Resposta tá no coração da nossa estrela Pyatã, só coração de menina pode dizer”
“Não sei o que fazer Potyra. Corpo meu é diferente de tribo, mas só me vejo índia”
“Sempre será índia, Bela Flor do Céu. Sempre será estrela que Rudá enviou. E hoje que menina completa dezoito ciclos de vida, está pronta. Vai-te embora, filha. Vai-te em busca de destino seu”
“Destino meu é com tribo Potyra”
“Não sente coração chamar por ti, Bela Flor? Lugar teu não é aqui”
“Nem com os brancos, Potyra”
“Alguém chama todas as noites por teu nome, Bela Flor. Implora aos deuses para encontrar a alma perdida. Chora. Não te preocupes menina, lugar teu também não é com os brancos”
“Onde Potyra? Onde está coração que chora por mim?”
“Liberta de tribo e vai menina. Vai-te encontrar teu mundo! Vai-te virar estrela outra vez!”
Potyra arrancou um dos pingentes que carregava no pescoço e entregou a Anahí. Era um pequeno mineral de cor castanha-avermelhado.
“Que isso Potyra?” – Perguntou a menina quando pegou o objeto nas mãos.
“Estaurolita. Lágrimas que amor teu derrubou quando você foi embora. Trouxe contigo quando chegou até nós. É teu e vai ajudar em teu caminho”
Anahí apertou a pedra entre os dedos e fechou os olhos, erguendo a cabeça para cima. Sentiu-se iluminada e nesse momento soube que deveria ir, embora não soubesse para onde. Sentiria saudades da tribo. E a tribo dela, cujo também não queria que ela partisse. Porém quando Potyra falou novamente o nome de Rudá, todos acharam melhor que ela seguisse o destino que o Deus havia preparado para ela.
Os índios a seguiram até a entrada da Aldeia e observaram Anahí silenciosamente montar no cavalo para seguir seu caminho, em busca do coração que ainda chama por ela.