Apoiava-se em tudo o que podia alcançar: Um pedaço de muro no ponto do ônibus; um pedaço de ombro do colo de alguém. Apoiava-se também nos sonhos e desejos dos outros, fossem o que fossem, desde que não fossem dele. Até que um dia ela bateu à porta. Ela, a solidão em busca de companhia; ela, que trouxe consigo uma inquietude inexplicável de ficar de pé sobre os próprios pés. Um nó devorava a garganta: precisava fugir daquela sensação.
Pela primeira vez então se apoiou unicamente para conseguir equilíbrio. Tropeçando nos próprios pés, um passo desencontrado atrás de outro, atravessou a rua e rompeu de vez o medo de seguir em frente. Os olhos brilharam, e nos lábios um sorriso orgulhoso chamava atenção das pessoas. A sensação de andar com os próprios era simplesmente a melhor coisa do mundo.
Camila,
ResponderExcluirMuito obrigado pelo comentário no amordepapelão!
Beijinhos
Ivan
que lindo, amei
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