As mãos de Anelise costumavam tremer quando os olhos dela encontravam os de Theo. Havia uma explosão de sentimentos dentro de cada um, uma explosão que chegava a doer. Eles se pensavam todos os segundos de um dia; eles se amavam e não havia espaço para mais ninguém. Eles se completavam tão completamente que chegava ser absurdo. Eram absurdamente feitos um para o outro.
Costumavam imaginar o futuro. Um filho, dois? Menina, menino? Thiago. Brenda. Maria Eduarda! Não, não. Um deles não gostava de nomes compostos.
Sonhavam juntos e, na maioria das vezes, acordados. Calados. O olhar dizia tudo e eles entendiam, assim, sem tradução. Conectados.
O tempo não passou, correu. E Anelise e Theodoro cresceram. Ela mudou de pele; ele de escama. O olhar de Theo não dizia mais coisas bonitas. Na verdade, não dizia nada.
O calorzinho no peito de Anelise já não derretia mais seu coração.
Os assuntos infinitos chegaram ao final. Não havia mais palavras, eles haviam usado todas.
O tempo fechou.
E eles decidiram ir embora antes que pegassem chuva. Antes que derramassem chuva.
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