segunda-feira, 25 de abril de 2011

A última história de amor

As mãos de Anelise costumavam tremer quando os olhos dela encontravam os de Theo. Havia uma explosão de sentimentos dentro de cada um, uma explosão que chegava a doer. Eles se pensavam todos os segundos de um dia; eles se amavam e não havia espaço para mais ninguém. Eles se completavam tão completamente que chegava ser absurdo. Eram absurdamente feitos um para o outro.
Costumavam imaginar o futuro. Um filho, dois? Menina, menino? Thiago. Brenda. Maria Eduarda! Não, não. Um deles não gostava de nomes compostos.
Sonhavam juntos e, na maioria das vezes, acordados. Calados. O olhar dizia tudo e eles entendiam, assim, sem tradução. Conectados.
O tempo não passou, correu. E Anelise e Theodoro cresceram. Ela mudou de pele; ele de escama. O olhar de Theo não dizia mais coisas bonitas. Na verdade, não dizia nada.
O calorzinho no peito de Anelise já não derretia mais seu coração.
Os assuntos infinitos chegaram ao final. Não havia mais palavras, eles haviam usado todas.
O tempo fechou.
E eles decidiram ir embora antes que pegassem chuva. Antes que derramassem chuva.

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